Estadão ataca Bolsonaro e diz que há duas direitas: “Selvagem” e “civilizada”

Jornal atacou apoiadores de Bolsonaro e defendeu oposição que votou a favor da reforma tributária

Em editorial publicado nesta segunda-feira (10), o jornal o Estado de São Paulo condenou a direita apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando-a de “extrema” e “selvagem”. O periódico defendeu, por outro lado, a consolidação de uma “direita civilizada”, que seria representada pela parcela da oposição que votou a favor da reforma tributária.

No texto, o veículo afirmou que a votação da pauta mostrou que “forças políticas adversárias são capazes de superar divergências para debater” interesses da sociedade.

Também descreveu como exemplar o “diálogo republicano” entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

O Estadão declarou:

“A votação confortável da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, com mais de 370 votos favoráveis nos dois turnos, revelou, ainda, que uma direita civilizada, liberal e propositiva (a direita que este jornal tanto tem conclamado a se organizar e se distanciar de qualquer associação com essa extrema-direita selvagem encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro) não é uma utopia. Ela existe e, como se viu, mostrou seu grande valor para a construção democrática de consensos em prol do país”.

Na sequência, o periódico acusou Bolsonaro e a “malta que ainda o acompanha no PL” de “hostilizar Tarcísio” por cometer o “pecado mortal de fazer a boa política”, o que foi negado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Para o Estadão, a “direita selvagem é infensa à cooperação com adversários”, e os verdadeiros “conservadores” são capazes de “sentar-se à mesa com adversários políticos para discutir reformas”.

O jornal finalizou sua análise avaliando a aprovação da reforma tributária como uma “conquista de todos”, não de um governo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e grande parte do Partido Liberal se posicionaram contrários à reforma tributária proposta pelo atual governo sob a justificativa de que ela poderia prejudicar os mais pobres, encarecendo produtos e serviços.

Disse Flávio Bolsonaro:

“Somos a favor de uma reforma tributária, mas não uma que nos leve para o buraco. Jair Bolsonaro já provou que é possível reduzir carga tributária e aumentar a arrecadação. O que não podemos permitir é essa reforma do PT seguir como está, criando novos impostos, atacando os mais pobres e quem luta pelo crescimento do Brasil”.

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