Ex-presidente e governador paulista conversaram por três horas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro se reconciliaram após os desentendimentos públicos em torno da votação do texto da reforma tributária. Um vídeo que circulou nas redes sociais durante a semana mostrou as diferenças entre os dois sobre o tema.
O encontro para colocar panos quentes e resolver o desentendimento durou cerca de três horas. Segundo aliados, Tarcísio disse a Bolsonaro que “amigo é aquele que diz o que o outro não quer ouvir” e que o ex-presidente errou ao adotar a uma postura ao falar que a reforma tributária seria uma reforma do PT.
Tarcísio disse também que Bolsonaro precisa orientar e conter os deputados mais radicais para evitar “lacração” e não “sepultar talentos”. A desavença entre políticos do mesmo partido fez com que o governador de São Paulo sofresse com ataques nas redes sociais, incluindo de membros da Câmara dos Deputados.
“Esse pessoal tem que estudar e saber do que está falando. Precisam estudar, porque são expoentes nossos, ou então vão se perder”, afirmou o governador a Bolsonaro.
O ex-presidente, mais contido, não fez comentários sobre sua estratégia, mas afirmou que vai trabalhar para modificar o texto da reforma tributária no Senado. “Vamos melhorar o texto no Senado para seguir juntos”, disse.
Entenda a ‘briga’ entre Tarcísio de Freitas e Bolsonaro
Durante uma reunião do PL que discutia a posição do partido sobre a reforma tributária, na quinta-feira 6, em Brasília, o governador de São Paulo foi “enquadrado” pelos convidados que participavam do evento.
Nas imagens, é possível ver Tarcísio de Freitas sendo interrompido algumas vezes. “Acho arriscado a direita ficar fora da reforma tributária”, disse o governador. Na sequência, o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifesta contra o texto, visivelmente irritado. “Se o PL estiver unido, não aprova nada”, disse Bolsonaro, ao ser aplaudido. O ex-presidente queria mais tempo para a medida ser analisada.
Durante a votação da reforma, orientou o voto contrário a aprovação do texto, mas abriu a possibilidade de cada parlamentar votar como quisesse.