A Record teve prejuízo de meio bilhão de reais em 2022, e agora terá que fazer uma rodada de demissões. O site Notícias da TV divulgou a informação na segunda-feira 3.
Os principais executivos da Record foram avisados de que as demissões vão afetar todas as áreas, inclusive as afiliadas, mas principalmente o jornalismo — onde estão os maiores salários.
Os três anos anteriores da Record foram diferentes: encerrou 2019, 2020 e 2021 com lucros. A emissora passa por uma queda nas vendas de publicidade simultânea ao aumento de custos. Porém, o prejuízo de R$ 517 mil não é resultado de falta de faturamento da Record.
O prejuízo de meio bilhão da Record tem a ver com os negócios de Edir Macedo
A Record começou o corte de pessoal ainda no primeiro semestre. Um dos principais nomes a sofrerem com a redução de custos foi o apresentador Geraldo Luís, que tinha contrato até setembro. A equipe de jornalismo do Rio de Janeiro também já sofreu diversas demissões.
Só quem escapou dos desligamentos foi a teledramaturgia, que foi totalmente terceirizada e agora é controlada pela Igreja Universal do Reino de Deus.
Enquanto isso, o prejuízo de R$ 517 milhões da Record foi causado por negócios do bispo Edir Macedo. Ele passou a controlar o banco Digimais (antigo Renner), em 2020.
No ano passado, o Digimais teve prejuízo de R$ 323 milhões. Como controladora do banco, a Record precisou absorver o resultado negativo em seu balanço. Caso não tivesse incorporado o prejuízo do Digimais e de outras empresas controladas, a Record teria um prejuízo menor, de R$ 188 milhões.
“O balanço da Record mostra que a emissora aumentou suas receitas com publicidade em apenas R$ 6 milhões em 2022 (de R$ 2,008 bilhões para R$ 2,014 bilhões)”, diz a reportagem.
“Mas os custos com operações, produções, vendas e administração, mais a equivalência financeira, subiram 39%, de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,5 bilhões”, acrescentou.