Lula quer mapear terras improdutivas

Até abril, 56 invasões de propriedades foram registradas em todo o Brasil

O petista Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter o intuito de mapear terras improdutivas por meio de uma parceria com os Estados.

O objetivo do monitoramento, de acordo com Lula, é a criação de uma política de assentamentos a fim de evitar a invasão de propriedades por parte dos movimentos sociais. “Eu falei com o ministro Paulo Teixeira: por que a gente tem que esperar o movimento invadir uma terra para a gente mandar o Incra avaliar se ela é produtiva ou improdutiva?”, questionou o petista, durante a transmissão da live semanal realizada por ele, na terça-feira 27.

Segundo Lula, para a criação dessa “prateleira de projetos”, será estabelecida uma parceria com as secretarias dos Estados que cuidam das terras. Assim, os territórios disponíveis serão apresentados, por meio de um banco de informações, para ser avaliados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ficando disponíveis para assentamento.

“Ao invés de as pessoas invadirem, a gente oferece as terras e organiza”, argumentou Lula. “Essa é uma novidade que eu não pensei no primeiro nem no segundo mandato. Pensei agora e vamos fazer.”

Na sequência, Lula disse que precisa sempre pensar no que fala para não desagradar “a um lado e nem ao outro”, em referência aos produtores do agronegócio.

Aumento das invasões

Desde o início do seu terceiro mandato, a crescente invasão de terras provocou um desgaste ao governo Lula com as incursões do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em propriedades privadas e em áreas da Embrapa.

De acordo com um relatório do Observatório da Oposição, produzido pelo Partido Liberal, a partir de dados da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA), foram 56 invasões de janeiro a abril, um aumento de 143% se comparado com o mesmo período em 2022, quando Jair Bolsonaro ainda estava na Presidência.

O movimento é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados para apurar a onda de invasões desde o início do governo Lula e uma possível influência petista nas ações.

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