Drogas K causam mais de 400 intoxicações em apenas um mês

Resultado de maio sozinho é maior do que o dos primeiros quatro meses do ano

Dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo mostram que os casos suspeitos de intoxicação exógena por canabinoide sintético, popularmente chamados de drogas “K” — diferenciadas em K2, K4 e K9 —, dobraram em um mês na capital paulista.

De acordo com a pasta, de 1º de janeiro a 20 de abril, foram registrados 216 casos no total. Contudo, em maio, o número de ocorrências chegou a 411, alta de mais de 90%.

Em termos de comparação, durante todo o ano de 2022, apenas 99 notificações pelo uso de drogas “K” foram registradas.

A Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas e a Secretaria da Saúde iniciaram uma cooperação técnica em 11 de maio de 2023, no intuito de monitorar e identificar os compostos contidos nas amostras de canabinoide sintético.

Em meados de abril, a Secretaria da Saúde publicou uma nota técnica sobre intoxicação por drogas “K”, em que explicou os riscos envolvidos no consumo.

O que são drogas “K”?

O canabinoide sintético, informalmente chamado de “maconha sintética”, é comercializado nas ruas de São Paulo sob o nome de drogas “K”: K2, K4 e K9. Órgãos internacionais já identificaram mais de 300 variantes da droga até 2022.

Em geral, a substância é produzida em laboratórios com condições precárias. Na produção são usados produtos químicos que potencializam o efeito da maconha tradicional em até cem vezes, mas muitas vezes as substâncias usadas, como solventes, são extremamente tóxicas ao organismo — aumentando o potencial lesivo durante o consumo.

Desde 2016, a Anvisa proíbe o uso de canabinoides sintéticos no Brasil. Mas, por se tratar de uma substância facilmente modificável, seu rastreio e seu controle por autoridades sanitárias ou policiais são complexos.

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