Em operação contra Marcos do Val, Moraes mandou Polícia Federal vasculhar motel

Objetivo do ministro era investigar possíveis ilegalidades cometidas pelo senador

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Polícia Federal (PF) buscar em quartos de motel possíveis ilegalidades cometidas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Em sua decisão, o magistrado determinou que a corporação realizasse buscas em “hotéis, motéis e outras hospedagens temporárias” que o senador pudesse ter frequentado.

Moraes também mandou a PF verificar possíveis “cômodos secretos ou salas reservadas” naqueles locais. O interior de veículos e armários de garagens, por exemplo, estão na lista.

O ministro autorizou os policiais a usarem a força bruta para arrombar portas e cofres nos locais previstos nos mandados.

A operação da Polícia Federal

Na quinta-feira 15, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao senador. O pedido partiu de Moraes há algumas semanas. Entre os endereços estão o apartamento funcional ocupado por Do Val em Brasília, o gabinete dele no Congresso e um local no Espírito Santo.

Além dos mandados de busca e apreensão, o magistrado determinou que PF ouça o senador o mais rápido possível para apurar a suposta obstrução de Justiça.

Randolfe e Renan veem oportunidade

Na sexta-feira 16, os senadores Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros (MDB-AL) protocolaram uma representação no Conselho de Ética do Senado Federal solicitando a cassação do mandato de Do Val.

Na representação, os senadores citam a operação da PF e mencionam três fatores que justificariam uma eventual quebra de decoro por parte do congressista.

Randolfe e Renan mencionam a reunião em que teria sido discutida uma tentativa de grampear o ministro do STF, o tumulto na divulgação das informações e a suspeita de que Do Val tenha divulgado documentos sigilosos.

Conforme os senadores, caso seja comprovada a violação de conduta no exercício da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, fica evidente que o representante está utilizando seu mandato para interesses escusos e criminosos.

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