Em editorial, Estadão afirmou que o partido teria um instrumento para “desequilibrar” a disputa democrática pelo poder
Em editorial publicado nesta quinta-feira (15), o jornal O Estado de S. Paulo disparou pesadas críticas contra a ideia do Partido dos Trabalhadores (PT) de ter seus próprios canais de rádio e televisão. Para o veículo, partidos políticos não devem “ter concessões públicas de radiodifusão” porque já “têm à disposição o discutível ‘horário gratuito’ de propaganda de rádio e TV e ainda dispõem dos horários reservados às campanhas eleitorais a cada dois anos”.
O Estadão também disse ser um “absurdo” a iniciativa petista.
O pedido do PT para ter seus próprios canais de televisão e rádio foi feito ao Ministério das Comunicações, responsável por cuidar do assunto. Para o partido, a “comunicação por canal partidário específico possibilitaria a justa prestação de informação” à sociedade com “credibilidade”, além de “incentivo à participação e formação política”. Além disso, a sigla afirmou que, com os canais, o partido poderia difundir melhor as “ideias e propostas da militância”.
Além de considerar a ideia absurda, o Estadão apontou que a ideia do Partido dos Trabalhadores é “instalar” uma confusão no Brasil e que, caso a concessão fosse concedida, o “PT teria à disposição um poderoso instrumento de comunicação que desequilibraria a seu favor a disputa democrática pelo poder”.
Apesar das críticas, o jornal explicou que o “pedido petista não deverá ir adiante porque, ainda que passe pelo ministro das Comunicações e pelo presidente da República, dificilmente seria acolhido pelo Congresso”, já que a “Constituição determina que a outorga e a renovação de concessões de radiodifusão competem ao Poder Executivo, mas a decisão deverá ser apreciada pelo Legislativo”.