Bruno Rodrigues estava num hostel, no morro do Vidigal, no Rio
A delegada Ellen Couto, da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), revelou os detalhes da prisão do produtor Bruno de Souza Rodrigues, acusado de participação na morte do ator Jeff Machado. A detenção ocorreu na manhã desta quinta-feira, 15.
“Desde a expedição do mandado de prisão, Bruno estava sendo monitorado pela Inteligência da DDPA”, afirmou a delegada, ao lembrar que o homem estava foragido.
Ellen disse que o acusado estava no morro do Vidigal havia cinco dias. “Ele entrou e saiu da comunidade por diversas vezes — esteve no Leblon, em Ipanema e em outros bairros”, contou. “Sabíamos que Bruno estava no alto do morro, e decidimos realizar uma operação hoje pela manhã.”
A operação que levou à prisão do produtor contou com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Os agentes entraram na favela com o auxílio de dois veículos blindados e de um helicóptero.
Contudo, foram policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal que efetuaram a prisão de Rodrigues, depois de receberam uma denúncia anônima. O Disque-Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 1 mil para quem desse informações que levassem ao paradeiro dele.
Delegada diz que o acusado de matar Jeff Machado tem “contato grande” no meio artístico
Rodrigues foi preso em um hostel na Rua Doutor Olinto de Magalhães. O produtor estava sem barba — diferente de como costumava aparecer antes de ter mandado de prisão expedido — e não reagiu à abordagem dos policiais. Ele foi encaminhado à Cidade da Polícia, na zona norte do Rio.
Durante o período em que esteve foragido, o acusado se escondeu em diferentes locais do Rio. No fim do mês passado, câmeras de segurança flagraram o produtor saindo de um prédio em Campo Grande, na zona oeste do Rio, segurando uma bolsa com um cachorro da raça yorkshire. Segundo a polícia, o acusado também esteve em Mesquita, na baixada fluminense.
Ellen disse que, desde que chegou ao Vidigal, o acusado tinha livre acesso. Ele entrava e saía do morro sempre que quisesse. “O Bruno tem um contato muito grande no meio artístico”, contou. “Ele tinha circulação nas comunidades do Vidigal, na Rocinha.”
Há dez dias, quando já estava foragido, Rodrigues concedeu entrevista à TV Record. Na ocasião, negou ter assassinado Jeff Machado. O outro acusado do crime, Jeander Vinicius da Silva Braga, já estava preso. Ambos foram indiciados pela Polícia Civil do Rio por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
De acordo com o pedido de prisão assinado pelo promotor de Justiça Sauvei Lai, o crime contra Jeff Machado foi premeditado por Rodrigues, com auxílio de Braga.