Integrante do MP disse que o valor não é suficiente para arcar com o custo de vida
Uma procuradora do Ministério Público de Goiás (MPGO) criticou o salário inicial dos promotores do estado e disse que a quantia atual é incompatível com o “custo de vida”. A remuneração dos promotores substitutos, cargo ao qual fazem jus os concursados em início de carreira, é atualmente de R$ 30 mil, segundo dados do Portal da Transparência do MP goiano.
A reclamação sobre o salário dos promotores foi feita pela procuradora Carla Fleury de Souza na última terça-feira (29) durante a quinta sessão ordinária do Conselho de Procuradores da Justiça (CPJ). Na ocasião, ela disse ter “dó” dos membros do MP em início de carreira.
“Eu tenho dó dos promotores que estão iniciando aqui a carreira. Promotores que têm filhos na escola, porque o custo de vida é muito caro”, afirmou.
Durante sua fala, Fleury de Souza ainda declarou que o salário no Ministério Público de Goiás não seria suficiente para custear as necessidades de sua família e reforçou que, no caso dela, seu salário é usado apenas para suas “vaidades”.
“Pensemos nos promotores. Eu sou uma mulher. Graças a Deus meu marido é independente, porque eu não mantenho minha casa. Meu dinheiro é só pra eu fazer minhas vaidades. Só para os meus brincos, minhas pulseiras e meus sapatos”, detalhou.
De acordo com o Portal da Transparência do MP de Goiás, Carla Fleury recebeu, em abril deste ano, R$ 39,5 mil de salário líquido, o equivalente a quase 30 salários mínimos. Em dezembro do ano passado, mês em que a procuradora fez jus ao período de férias, os ganhos dela alcançaram R$ 72,2 mil líquidos.
Fleury de Souza é filha do ex-procurador-geral de Justiça Carlos de Souza. Segundo ela, a família passou por diversas dificuldades quando o pai começou na carreira de promotor tendo que, inclusive, economizar gasolina.
“Meu pai descia com o Caravan dele de ponto morto para economizar a gasolina. Isso é uma verdade, é triste, mas foi o que eu passei”, completou.