O caso de “analgesia congênita” intriga os cientistas, que veem na ausência de dor uma oportunidade para novo medicamento
Se um gênio saído de uma lâmpada mágica perguntasse às pessoas o que elas mais desejam na vida certamente ouviria: “Não sentir dor”. Uma escocesa de 75 anos, no entanto, teve seu desejo realizado, mas não por meio de uma intervenção mágica, ela é portadora de uma disfunção genética chamada de analgesia congênita. Jo Cameron passou pela vida sem sentir dor, nem as cirurgias e os partos que enfrentou foram capazes de proporcionar sofrimento físico à senhora quase octogenária.
Em entrevista à BBC, Cameron afirmou que a única forma de saber se sua pele está queimando é por meio da visão ou do olfato, porque para ela o sofrimento físico não passa de um “conceito abstrato”. De acordo com os médicos, a “doença” de Cameron é compartilhada com poucas pessoas em todo o mundo. Uma em cada 1 milhão de pessoas na Terra nasce com a analgesia congênita, condição com múltiplas causas genéticas que podem vir com outros sintomas, como ausência de olfato e excesso de suor.