Ator de Malhação diz que novela motivou seu vício em drogas

Ex-intérprete do personagem Cabeção relatou que usava entorpecentes para se sentir aceito socialmente

Intérprete do personagem Cabeção na novela Malhação, o ator Sérgio Hondjakoff disse que a novela da Globo foi um dos principais motivos para ele ter se viciado em drogas. O artista afirma que já havia experimentado entorpecentes antes de trabalhar na emissora, mas desde sua entrada para o elenco da trama, ele se tornou dependente das substâncias ilícitas para sentir que encaixava socialmente nos ambientes de gravação.

Em entrevista ao podcast Papagio Falante, Hondjakoff explica que seu primeiro contato com as drogas ocorreu aos 14 anos. Com o tempo, o vício foi progredindo, e o ator perdeu o controle.

“Nos primeiros anos, eu mantinha tudo em segredo, era um jovem que fumava quando chegava em casa. Lá no trabalho, eu não me abria com ninguém, não conversava com ninguém, era muito recluso. No segundo ano de Malhação, começaram a surgir pessoas mais descoladas e eu comecei a me abrir um pouco mais, e aí tudo começou”, explicou.

O artista afirma ter decidido experimentar entorpecentes por influência de um amigo.

“Foi por uma questão de inclusão social. Tinha um amigo que já tinha experimentado maconha, se dava bem com as garotas, e acabei me inspirando nele e experimentando também. No começo, até tive algumas vantagens. Comecei a enxergar as coisas de uma perspectiva diferente, fora da caixa. Passei a questionar alguns dos meus sofrimentos na época, mas aí comecei a usar em excesso. Em vez de ter apenas experiências pontuais, acabei usando constantemente”, detalhou.

Segundo ele, sua má relação com o personagem Cabeção também fez com que as coisas se agravassem.

“No último ano de Malhação, eu estava relaxado, frequentando festas demais, sem interesse em interpretar aquele personagem que já era meio infantil, lúdico. Eu queria papéis mais sérios, durões, traficantes armados. E aí, eu comecei a escorregar”, contou.

Durante seu desabafo, o ator revelou ter chegado a usar crack.

“Cheguei no crack, infelizmente. Nunca tive grandes perdas financeiras, mas perdi amizades, namoradas e quase perdi a vida. Não tem quantidade segura para usar esse tipo de substância, qualquer quantidade pode levar à morte”, alertou.

Hondjakoff deixou recentemente uma clínica de reabilitação depois de dez meses de internação na cidade de Itu, em São Paulo.

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