Norte-americano de 45 anos investe US$ 2 milhões por ano a fim de permanecer jovem
Em O Retrato de Dorian Gray, consagrado romance de Oscar Wilde, o protagonista celebra um “pacto” a fim de permanecer jovem para sempre. Fora da ficção, mas não da realidade, Bryan Johnson, um desenvolvedor de software norte-americano de 45 anos, investe cerca de US$ 2 milhões todos os anos em sua busca para retardar o envelhecimento e manter os seus órgãos em pleno funcionamento.
Recentemente, no entanto, sua busca pelo rejuvenescimento envolveu seu próprio filho adolescente, o que provocou debates na mídia e na sociedade.
Segundo a agência de notícias Bloomberg, Bryan Johnson pediu a seu filho de 17 anos, cujo nome é Talmage, para se tornar o seu “doador de sangue” pessoal. No mês passado, pai e filho passaram por um tratamento de uma hora em uma clínica nas proximidades da cidade de Dallas, no Estado do Texas, para troca de sangue.
Johnson, que geralmente recebe sangue de um doador anônimo, optou por utilizar o sangue de seu filho. Talmage doou 1 litro de sangue para o seu pai.
O desenvolvedor de software também pediu o sangue do seu pai, Richard, 70 anos, que passou pelo mesmo procedimento que seu neto, a fim de transferir plasma líquido, glóbulos vermelhos e brancos, e plaquetas para Bryan. O milionário excêntrico mantém uma equipe de 30 médicos e especialistas em saúde regenerativa que supervisiona seu regime antienvelhecimento.
Os especialistas estão preocupados
Charles Brenner é bioquímico no City of Hope National Medical Center, em Los Angeles, o especialista expressou preocupação em relação às práticas adotadas por Bryan Johnson em prol do seu rejuvenescimento. Segundo o bioquímico, não há evidências suficientes para sugerir que o tratamento seja viável em seres humanos; ele considera o tratamento desprovido de embasamento científico, “repugnante e relativamente perigoso”.
O plasma sanguíneo é tradicionalmente administrado em pacientes sob condições médicas específicas, como queimaduras, choque, traumas, doenças hepáticas graves e deficiências de coagulação, no entanto, sua aplicação como técnica de antienvelhecimento demanda mais estudos e comprovações científicas. Os limites éticos e a eficácia desses métodos continuam objetos de debate, muitas pessoas se questionam sobre os limites da busca alucinada pelo rejuvenescimento.