Bolsonaro se manifesta sobre Mauro Cid

Ex-presidente disse que o militar é ‘excelente oficial do Exército Brasileiro’

O ex-presidente Jair Bolsonaro rompeu o silêncio e se manifestou sobre a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, que o serviu como ajudante de ordens durante seu governo. Ao deixar o Congresso nesta quinta-feira, 18, onde conversou com o filho Flávio (PL-RJ), o ex-chefe do Executivo disse que não mantém contato com o militar e que o caso está em segredo de Justiça.

“É um excelente oficial do Exército Brasileiro”, afirmou Bolsonaro, referindo-se a Cid. “Peço a Deus que ele não tenha errado. Cada um siga a sua vida.”

O ex-presidente disse também que há “fortíssimos indícios” sobre a adulteração de seu cartão de vacina. “O e-mail que me inscreveu era lula@gmai”, relatou à imprensa. “É a mesma coisa no caso do Adélio Bispo, que, com um pouco de esforço, dá para apurar.”

A coletiva de Bolsonaro

Bolsonaro comentou o resultado das eleições do ano passado, a expectativa sobre o arcabouço fiscal, o depoimento à Polícia Federal (PF), as manifestações do 8 de janeiro e a maneira como seu partido, o PL, irá agir em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre o pleito de outubro do ano passado, quando perdeu a disputa pela Presidência da República, Bolsonaro foi direito: “Página virada”.

Ele avisou que seu objetivo agora é conversar com outros partidos, para saber qual estratégia será adotada ao decorrer de 2023. Em relação às futuras disputas eleitorais, o ex-presidente também foi sucinto. Para Bolsonaro, o trabalho para 2026 só será iniciado depois das eleições municipais de 2024.

Na conversa com a imprensa, Bolsonaro rechaçou a ideia de o PL fazer “oposição radical”. Para o ex-presidente, as bancadas da legenda na Câmara e no Senado irão agir para “ajudar” o país. “Apesar de não simpatizarmos com o governo, vamos colaborar para que o Brasil não afunde”, ressaltou.

E o Exército?

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, acredita que a prisão de Cid ocorreu “dentro da lei”. Ele proferiu a declaração nesta quinta-feira, em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi detido numa operação que apura supostas fraudes em cartões de vacina do ex-chefe do Executivo e de seus familiares.

“Nada foi feito sem o cumprimento das prerrogativas e das leis, conforme está previsto”, afirmou Tomás Paiva. “Não vamos nos furtar a esse entendimento. Então, isso que está sendo feito, está sendo feito dentro da lei. E o Exército Brasileiro não comenta decisão da Justiça. Como o ministro da Defesa falou, a gente cumpre decisão da Justiça. Até para não prejudicar a defesa das pessoas.”

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