Nunes Marques e Mendonça apontam falta de provas, mas STF inclui mais 245 réus em processo dos atos de 8 de janeiro

A partir de agora, os réus irão responder aos processos diretamente na Corte Suprema, uma situação inédita, já que nenhum deles detém o direito a foro privilegiado

O STF formou maioria para transformar em réus mais 245 pessoas que teriam participado dos atos de 8 janeiro, em uma manifestação que acabou com a invasão das sedes dos Três Poderes, vandalismos e quebra-quebra.

Com isso, entre os 1390 denunciados, já são 795, ou mais da metade, que serão processados. Há ainda mais 250 na fila, cujas análises se iniciaram ainda nesta segunda-feira (15).

As decisões foram encaminhadas via plenário virtual, com o voto inicial do relator, o ministro Alexandre de Moraes, favorável a abertura das ações penais e acompanhado por Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Rosa Weber.

Os ministros Nunes Marques e André Mendonça foram contra e apontaram a necessidade de restringir o número de réus, por falta de provas materiais, principalmente contra os que foram presos no acampamento diante do Quartel General do Exército, em Brasília.

A partir de agora, os réus irão responder aos processos diretamente na Corte Suprema, uma situação inédita, já que nenhum deles detém o direito a foro privilegiado.

Entre os crimes apontados, Golpe de Estado; associação criminosa armada; dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima; deterioração de patrimônio tombado; abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Até aqui, entretanto, Moraes não deu sinais de que irá incluir nas investigações as pessoas ligadas ao governo Lula, que aparecem em diversos vídeos gravados nas câmeras de segurança do Palácio do Planalto, incluindo um fotógrafo que armou uma cena de suposto vandalismo com um também suposto manifestante.

Também não foram liberadas até o momento, as imagens das câmeras internas de segurança do próprio STF e do Congresso Nacional, também invadidos naquele fatídico domingo.

Fica a expectativa de que a CPMI instalada por senadores e deputados traga novos esclarecimentos e aponte para outros rumos, talvez surpreendentes.

COMPARTILHAR