Após 99% das urnas apuradas, Erdogan lidera o pleito, mas não consegue ultrapassar a barreira de 50% dos votos
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, venceu as eleições presidenciais deste domingo (14), mas sem a maioria absoluta necessária para evitar um segundo turno no dia 28 de maio contra o candidato da oposição, o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu, após a apuração de 99,8% das urnas.
A agência de notícias turca Anadolu dá a Erdogan, que está no poder há duas décadas, 49,5% dos votos, muito semelhante ao concedido pela agência de notícias Anka, enquanto o adversário teria 44,89%. Um terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, obteve 5% dos votos.
O partido de Kiliçdaroglu, o CHP, acusou a Anadolu, durante a apuração, de não fornecer dados confiáveis e o AKP de ter bloqueado a contagem das cédulas, contestando os resultados em áreas onde a oposição é mais forte. Nesse sentido, o próprio candidato pediu aos seus auditores e aos voluntários que participam da apuração “que não abandonem os seus postos”.
O prefeito de Ancara, o social-democrata Mansur Yavas, assegurou que, ao incluir a contagem total das grandes cidades, o candidato da oposição terá maioria absoluta para vencer as eleições presidenciais já neste primeiro turno. Erdogan criticou o CHP por divulgar os resultados antes do anúncio oficial e também pediu aos delegados de sua mesa que não abandonassem a apuração.
“Embora as eleições tenham ocorrido em uma atmosfera tão positiva e democrática e a contagem dos votos ainda esteja em andamento, tentar anunciar os resultados às pressas significa usurpar a vontade nacional”, disse o presidente.
Nas eleições parlamentares, que também foram celebradas hoje, a aliança formada em torno do AKP, partido de Erdogan, teria 50% dos votos e 325 dos 600 deputados do Parlamento, mantendo assim a maioria absoluta que tem há 20 anos. O CHP e seus aliados obteriam 34% e 215 deputados, e o partido esquerdista e pró-curdo HDP e seus aliados teriam 60, quando 82% das urnas já foram abertas.