Área devastada nos quatro primeiros meses do ano é a maior já registrada no período
O governo Lula registrou mais um recorde negativo na área ambiental. Nos quatro primeiros meses do ano, o acumulado de alertas de desmatamento no Cerrado ficou em mais de 2,1 mil quilômetros quadrados (Km²) devastados.
É o maior volume de desmatamento desde 2019, quando o monitoramento começou a ser feito nesse bioma, o segundo maior do país em extensão, superado apenas pela Floresta Amazônica.
Segundo os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, o total acumulado no primeiro quadrimestre no Cerrado é 48% maior que a média histórica.
Considerando apenas abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 31% em relação ao mesmo mês de 2022, passando de 541 Km² para 709 km². Essa área é cerca de duas vezes maior do que o desmate registrado na Amazônia Legal.
Em relação ao desmatamento na Amazônia, os dados do Deter mostram que a área perdida nesses quatro primeiros meses do ano foi de 1.133 Km², número 41% menor do que o medido entre janeiro e abril do ano passado (1.967 km²), mas equivalente ao desmatamento ocorrido em 2021 (1.153 Km²) e 2020 (1.204 Km²).
Desmatamento no Cerrado
Comparativo anual do acumulado entre janeiro e abril:
2019 – 1.803 Km²
2020 – 1.262 Km²
2021 – 1.136 Km²
2022 – 1.886 Km²
2023 – 2.133 Km²
Ministério vai apurar causas do aumento da devastação
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que o levantamento do Deter é considerado o principal instrumento de fiscalização e controle do desmatamento e da degradação florestal.
Porém, apesar disso, a plataforma não tem a finalidade de medir com precisão as áreas desmatadas, o que é feito pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), elaborado pelo Inpe anualmente.
“Não é possível, dada a escala da análise e a cobertura de nuvens que interferem nessas medições, assegurar que esses números sejam definitivos. Entretanto, constituem importante ferramenta de planejamento e aprimoramento das ações para combater o desmatamento ilegal nesses biomas”, afirmou o ministério.
Na nota, o ministério também afirma ter determinado “rigorosa apuração dos alertas identificados pelo Deter”, para verificar se foram autorizados pelos Estados, visto que compete a eles emitir autorizações de supressão de vegetação nativa. A pasta também determinou a “ação imediata do Ibama no sentido de autuar e embargar as áreas desmatadas sem autorização”.
Em entrevistas anteriores, para justificar o recorde de desmatamento no primeiro trimestre na Amazônia, a ministra Marina Silva culpou atos de revanchismo. Em outra oportunidade, culpou o governo de Jair Bolsonaro pelo desmatamento no governo Lula.