Em crise, Argentina abandona o dólar

Moeda do país registra as piores cotações de sua história

O governo de esquerda de Alberto Fernández e Cristina Kirchner liberou o pagamento de importações chinesas em yuan, uma tentativa para aliviar os efeitos da disparada do dólar na Argentina. Sergio Massa, ministro argentino da Economia, anunciou a medida na quarta-feira, 25, em coletiva ao lado do embaixador chinês no país, Zou Xiaoli.

“A pior seca de nossa história reduziu nossas exportações em US$ 15 bilhões e nos colocou no desafio de manter as reservas funcionando para sustentar o volume de importações de insumos e mercadorias fundamentais para o nível de atividade e produção do país”, escreveu Massa no Twitter em uma postagem sobre a mudança.

De acordo com o ministro da Economia, o início da troca pelo yuan nos pagamentos para a China começa em abril. Neste mês, a quantia paga em moeda chinesa chega a US$ 1 bilhão. Para maio, já existe a previsão de US$ 790 milhões.

Em nota, o governo argentino afirmou que a maior parte dos produtos importados do mercado chinês são bens de capital. “As empresas analisadas são principalmente dos setores farmacêutico, petrolífero, telecomunicações e automotivo”, afirmou.

Os argentinos enfrentam uma crise econômica que fez a moeda local derreter. O governo trabalha com uma cotação oficial que não encontra lastro na realidade: US$ 1 por 220 pesos. Na prática, o valor é regido pelo mercado paralelo, onde são necessários quase 500 pesos da Argentina para comprar um único dólar.

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