Preocupada com os criminosos, ministra de Lula condena ação policial na Maré; Castro reage

Anielle Franco condenou a polícia ter entrado no Ciep, onde bandidos se abrigaram

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, condenou uma ação policial na qual policiais tiveram de adentrar uma escola estadual na favela Nova Holanda, no Complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Os criminosos se abrigaram no interior do Ciep e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) teve de acessar o local para efetuar as prisões.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou publicamente o posicionamento da ministra de Lula sobre a atuação policial no Rio de Janeiro, que enfrenta cenário caótico na segurança pública. Castro classificou as declarações de Anielle como “impressionante” e que “beira o absurdo”.

“Sonho com um dia em que o Estado entre para arrumar a segurança pública e não venha uma ministra de Estado criticar a polícia porque entrou no Ciep [escola estadual] para tirar o bandido que tinha invadido o Ciep”, disse o governador enquanto discursava para uma plateia de empresários, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

“É a subversão completa do que eu acredito. Aprendemos desde criança que há o super-herói e o vilão. E agora, quando o super-herói prende o vilão, ele é criticado”, advertiu Castro, que inicialmente não tinha citado a ministra nominalmente, mas confirmou a jornalistas que estava se referindo às declarações dela.

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Nesta quarta-feira (5), em suas redes sociais, a ministra Anielle Franco se queixou da ação policial na favela carioca.

“É doloroso ver as cenas de uma escola invadida por um Caveirão na Favela da Maré, no Rio de Janeiro. É inaceitável que tantas crianças tenham o ano letivo prejudicado pela violência e que tenham, ainda, suas vidas colocadas em risco em operações policiais”, disse.

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Na oportunidade, Castro também ressaltou a falta de diálogo entre a Polícia Federal (PF) e o estado e afirmou que todo vez em que há mudança na superintendência local da PF, autoridades da instituição procuram o estado para estabelecer o diálogo, o que não está acontecendo desde que Lula (PT) assumiu.

“É preciso que a PF volte ao foco de combate à criminalidade. Nunca se viu tanto fuzil e droga em comunidades do Rio de Janeiro, e isso entra pelas fronteiras. O governo federal precisa entender isso e assumir a responsabilidade dele”, concluiu o governador.

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