Haddad omite cenário fiscal do governo Dilma ao defender arcabouço

O gráfico usado para a apresentação considera os dados até 2010

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, omitiu dados do cenário fiscal a partir de 2011, início do governo de Dilma Rousseff. A curva de receitas e despesas exibida pela equipe econômica durante a apresentação da nova regra fiscal, na quinta-feira 29, explora apenas os dados de 1997 a 2010.

Foi durante o governo de Dilma Rousseff que a despesa total do governo central superou pela primeira vez a receita líquida, com a curva se invertendo, em 2014. Naquele ano, a despesa total da União atingiu 19% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a receita líquida caiu para 17%.

Ao mostrar o novo teto de gastos, Haddad disse apenas que “os últimos dez anos foram muito difíceis para este país”. Os dados mostram que o cenário fiscal muda a partir do segundo mandato de Dilma e ensaia uma melhora em 2019, no primeiro ano de Bolsonaro.

O Ministério da Fazenda também escondeu que as curvas de despesa e receita voltaram a se cruzar positivamente em 2022, no último ano de Jair Bolsonaro na Presidência. A receita líquida bateu 19% do PIB, enquanto a despesa caiu para 18,3%.

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