Grupo Comporte oficializou a licitação da privatização do metrô de Belo Horizonte
Durante a primeira assembleia com metroferroviários, a presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Alda Fernandes, afirmou que se sente traída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi feita na estação Central de Belo Horizonte, Minas Gerais, na última sexta-feira (24).
As declarações insatisfatórias de Fernandes se dão porque o Grupo Comporte, uma holding brasileira formada por empresas de transporte rodoviário e urbano, oficializou na última quinta (23), a licitação da privatização do sistema metroviário de Belo Horizonte junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A compra torna a empresa responsável pelas operações de serviços do metrô durante 30 anos.
A notícia não agradou a dirigente do Sindimetro-MG que revelou que se sente traída.
“Jamais esperei que esse dia fosse chegar para a gente. A sensação que tive ontem [data em que o Grupo Comporte oficializou o contrato de privatização] e tenho ainda hoje é de traição”, disse Alda Fernandes.
E completou:
“É traição do governo federal. Traição do Lula. Eu acreditei, a categoria acreditou nele. Participamos de várias coisas. Encontrei muitos companheiros na luta, para que Lula fosse eleito. E foi isso que ele nos deu. Na realidade, é uma traição o que ele fez com a categoria metroferroviária. O fato de ele não receber essa categoria mostrou o quanto ele pouco se importou com a nossa venda”.
Antes do metrô de Belo Horizonte ser privatizado, o Sindimetro-MG, por meio de “greves longas”, tentou impedir a aquisição. No entanto, os esforços não foram suficientes.
Em dezembro de 2022, o Grupo Comporte foi o único a fazer uma proposta pelo sistema metroviário, e fez a aquisição no valor de R$ 25,7 milhões durante um leilão. Para o Sindimetro-MG, a aquisição foi um “presente de Natal para empresários”.