O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) criticou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o petista afirmar que o plano do PCC para assassinar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) poderia ser uma “armação” do ex-juiz federal.
“Lula disse que a investigação do atentado do PCC contra Sergio Moro é uma “armação do Moro”, atacando as instituições e agindo de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo, o que configura crime de responsabilidade. Em vez de se colocar ao lado da lei, das forças de segurança e das vítimas, Lula se colocou ao lado do PCC”, afirmou o ex-procurador da República.
Durante uma visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (23), Lula se pronunciou junto de apoiadores a respeito da Operação Sequaz, que desarticulou um plano da facção criminosa para assassinar o ex-juiz federal Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, além de outras autoridades.
“Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro”, disse o presidente.
As presenças do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, também foram objeto de crítica do deputado. “Ambos investigados por crimes que o negacionismo petista não vê”, disse Dallagnol.
Sergio Moro também rebateu as afirmações do presidente durante uma entrevista concedida à CNN no começo da tarde. “Se acontecer algo, a responsabilidade é de Lula”, disse o senador.
Ele também afirmou que aguarda uma retratação do petista e reiterou a expectativa de que seu projeto de lei, apresentado na quarta-feira (22), receba apoio da chefia do Executivo. A proposta legislativa visa punir a premeditação de atentados contra autoridades públicas.