Polícia Federal deflagrou operação nesta quarta-feira para prender criminosos
Integrantes do PCC, organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Brasil, planejava havia meses o assassinato do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.
De acordo com informações preliminares da Polícia Federal, que deflagrou nesta quarta-feira, 22, operação para impedir o plano, os criminosos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Moro. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores.
Outro alvo do grupo era o promotor Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Há anos, ele investiga líderes do PCC e atua com a segurança pessoal reforçada.
Quanto a Moro, o motivo do plano de assassinato seria sua atuação como ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Naquele período (2019 a 2020), o ex-juiz determinou a transferência do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima.
Com o isolamento dos líderes, o objetivo era enfraquecer as organizações criminosas. Na época, ele também baixou uma portaria que restringiu visitas íntimas nos presídios federais, e esse seria um dos motivos para a retaliação.
Os planos do PCC estariam sendo arquitetados desde o ano passado, e, em janeiro, o senador teria sido informado para que reforçasse sua segurança e a de sua família.
A Operação Sequaz foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, com a participação de cerca de 120 policiais em quatro Estados e no Distrito Federal. Eles cumprem 21 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia, além do DF.
Moro disse que falará sobre o plano de retaliação do PCC no Senado. “Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde, na tribuna do Senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias Legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP e aos seus dirigentes pelo apoio e pelo trabalho realizado”, escreveu no Twitter.