Eduardo Appio adotou a assinatura ‘LUL22’ no sistema processual da Justiça Federal
O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná pediu à Justiça que declare suspeito o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, nos processos da Operação Lava Jato. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, nesta sexta-feira, 3. No início do ano, Appio assumiu os casos ainda em curso da operação.
O documento, assinado pela procuradora Carolina Bonfadini de Sá, do MPF, cita a assinatura que Appio adotou no sistema processual da Justiça Federal: “LUL22”.
A procuradora também destaca a doação que o juiz fez à campanha do presidente Lula em 2022. O registro da transação consta no Tribunal Superior Eleitoral. Além disso, Carolina cita as publicações do magistrado criticando a Lava Jato nas redes sociais.
Segundo a procuradora, Appio “não está investido do necessário atributo da imparcialidade, o que inviabiliza a apreciação justa e prolação de decisão equânime pelo magistrado”.
O MPF ainda lista críticas que o magistrado fez à atuação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Lava Jato, e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que chefiavam a força-tarefa de Curitiba.
Appio nega que tenha doado para a campanha de Lula e diz que adotou a assinatura “LUL22” por uma questão de “segurança cibernética”.
Na terça-feira 28, um grupo de deputados da oposição enviou uma notícia-crime à Polícia Federal, pedindo a abertura de um inquérito para apurar as doações feitas por Appio à campanha petista.
“Se for verdade que ele não fez as doações, estamos diante de possível esquema ilegal de financiamento de campanha, utilizando dados de terceiros sem consentimento”, disse Dallagnol, em uma postagem no Twitter.
Segundo o deputado, também assinam a notícia-crime os deputados Alfredo Gaspar (União-AL), Luiz Bragança (PL-SP), Luiz Lima (PL-RJ), Maurício Marcon (PODE-RS), Pedro Aihara (Patriota-MG) e Joaquim Passarinho (PL-PA).