Prática foi adotada durante a gestão de Jair Bolsonaro
O Exército Brasileiro decidiu que não irá divulgar a Ordem do Dia com nota alusiva ao 31 de março de 1964 este ano. Comandante da Força, o general Tomás Paiva teria alegado que “o normal” seria não existir, referindo-se à mensagem tradicionalmente lida nos últimos quatro anos de governo Jair Bolsonaro.
Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército destacou que “em 2023, não haverá Ordem do Dia sobre o assunto”.
A mudança também é simbólica para a nova gestão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabou substituindo a liderança do Exército após os atos deflagrados no dia 8 de janeiro. O general Júlio César Arruda foi exonerado após somente 23 dias no comando do Exército.
HISTÓRICO
A demissão do comandante se deu por um acúmulo de fatores, como a recusa em permitir prisões no acampamento em frente ao Quartel General do Exército após a invasão às sedes dos Três Poderes, e sua resistência em exonerar o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como “coronel Cid”.
A mensagem divulgada pelo Exército com alusão ao regime militar passou a ser divulgada em 2019, no primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro. Ele teria determinado ao Ministério da Defesa que fizesse as “comemorações devidas” para a data.
Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff orientou aos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha a suspensão de qualquer atividade para lembrar a data nas unidades militares. Nos primeiros mandatos do governo Lula, os comunicados chegaram a ser divulgados, mas foram interrompidos em 2007.