Dados mostram que nos países mais armados o número de mortes é muito menor
Dados divulgados nesta quarta-feira, 1º, pelo portal G1, que coleta e analisa estatísticas dos 26 Estados e do Distrito Federal, mostram que o número de assassinatos em 2022, no último ano do governo de Jair Bolsonaro, foi o menor registrado no país desde 2007, quando começou a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Foram 40,8 mil mortes no ano passado, o que perfaz a média de 110 assassinatos por dia no país. Na comparação com 2021, quando foram registrados 41,2 mil assassinatos, a queda foi 1%. Os dados coletados pelo G1, e analisados em parceria com o FBSP e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), incluem homicídios e latrocínios.
A mortalidade por este tipo de causa no país só cresceu desde 2007, e o ápice foi em 2017, quando mais de 59 mil assassinatos foram registrados. A partir de 2018, houve queda para 51,6 mil, e, desde então, o número de crimes permaneceu inferior a 45 mil por ano. Em 2020, houve aumento, mas nos dois anos seguintes, foram registrados os menores números da série histórica. Em cinco anos, entre 2017 e 2022, foram 18 mil mortes a menos, o que corresponde a uma redução de 31%.
Veja o número de assassinatos registrados no Brasil desde 2007, segundo o G1:
2007 — 44.625
2008 — 45.885
2009 — 44.518
2010 — 43.272
2011 — 48.084
2012 — 53.054
2013 — 54.163
2014 — 57.091
2015 — 55.574
2016 — 57.842
2017 — 59.128
2018 — 51.558
2019 — 41.730
2020 — 44.061
2021 — 41.019
2022 — 40.824
Especialistas ouvidos pelo portal G1 afirmam que vários fatores influenciaram na queda dos números de assassinatos, como políticas públicas estaduais, mudança nas dinâmicas dos grupos criminosos, mais recursos disponíveis para o setor da segurança pública, entre outros.
O período em que se observa a queda mais acentuada coincide com a regulamentação para facilitar o acesso a armas legais para pessoas que preenchem requisitos, incluindo a certidão negativa de qualquer crime. Para especialistas em segurança pública, o armamento da população civil pode inibir as ações do criminoso, já que não terá mais a certeza de que a vítima não reagirá. Dados mostram que nos países mais armados o número de mortes é muito menor.
O levantamento do G1 mostra que, apesar do número de assassinatos ter diminuído no país, houve aumento em 14 das 27 unidades da federação, como Acre e Mato Grosso, onde o número aumentou 24%, na comparação com o ano anterior.
Abaixo, um ranking dos Estados com maior taxa de assassinatos, considerando o número de mortes a cada 100 mil habitantes.