Pimenta fez questão de deixar claro que o governo petista ‘estimula’ a liberdade crítica
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), defendeu a aprovação de uma lei para “combater” fake news. Pimenta argumentou que o processo de punição pelo Poder Judiciário para quem divulga mentiras é “lento”. Além disso, disse que a política pensada pelo governo para acabar com a desinformação não vai perseguir opiniões, mas “tratar de conteúdos criminosos”.
“O que estamos tratando é, por exemplo, a divulgação de um link de um remédio que não tem comprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a divulgação impulsionada de links de golpes na internet, conteúdo homofóbico, racista e antidemocrático”, explicou. “Não é questão de opinião.”
Pimenta fez questão de deixar claro que o governo petista “estimula” a liberdade crítica e da oposição. “Somos totalmente contrários a qualquer tipo de regulação de opinião ou de liberdade de expressão”, complementou o ministro, que, ironicamente, estava defendendo uma lei para punir “fake news”.
O “fato histórico do golpe”
Ao ser interpelado sobre o fato de integrantes do governo e o próprio presidente Lula chamar de golpe o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o ministro avaliou que se trata se uma “disputa de versões sobre um fato histórico”, e continuou defendendo a ideia.
“Estamos convencidos, e a vida demonstrou isso também, que na realidade houve um processo de quebra de legalidade democrática que envolveu o afastamento da Dilma, a prisão do Lula, condutas e procedimentos da Lava Jato”, disse. “Qualquer pessoa minimamente informada no Brasil sabe que, na realidade, cassaram a Dilma e, depois, procuraram um motivo. Vamos disputar essa narrativa.”
Em 2016, Dilma foi deposta do governo pelo crime das pedaladas fiscais. O que o PT insiste em chamar de “golpe” foi um processo constitucional que obteve o aval da maioria do Congresso e a participação do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Na época, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de Lula, presidiu a sessão de impeachment, ao lado de Lewandowski.