Presidente quer permanecer no país por mais seis meses
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde o fim do ano passado, solicitou às autoridades norte-americanas um visto de turista de seis meses. Em nota, a AG Immigration, assessoria que presta serviços jurídicos àqueles que querem renovar vistos e permanecer no país, confirmou a informação.
Bolsonaro é alvo de investigações na Justiça Federal desde que deixou a Presidência. Entre elas, as supostas irregularidades durante seu governo e a acusação de insuflar os manifestantes que depredaram prédios públicos, em Brasília, no início de janeiro.
Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, o advogado do ex-presidente, responsável pela tramitação do pedido do novo visto, disse que Bolsonaro pode demorar para voltar ao Brasil. “Acho que a Flórida será seu lar temporário, longe de casa”, afirmou Felipe Alexandre. “Neste momento, com a situação dele, acho que precisa de um pouco de estabilidade.”
Segundo a publicação, a estadia de Bolsonaro nos EUA estaria causando desconforto para o presidente Joe Biden e seus aliados. No início do mês, 41 parlamentares do Partido Democrata assinaram uma carta pedindo que o visto do ex-presidente brasileiro não fosse renovado.
“Não devemos permitir que o senhor Bolsonaro ou qualquer outro ex-funcionário brasileiro se refugie nos Estados Unidos para escapar da Justiça, por quaisquer crimes que possam ter cometido durante o mandato”, argumentaram os parlamentares, na carta.
Para o advogado do ex-presidente, não há evidências que liguem Bolsonaro aos crimes relacionados às manifestações de 8 de janeiro. “Se você vai expulsar alguém do país, precisa ter uma justificativa legal para isso”, disse Alexandre, ao acrescentar que o ex-chefe do Executivo poderá pedir a extensão de seu visto para um período superior a seis meses.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, durante evento de apoio ao nome do ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado, que não há estimativas de retorno de Bolsonaro. “Pode ser amanhã, daqui a seis meses”, disse. “Ele nunca mais pode voltar. Ele não tem medo, porque não tem responsabilidade pelo que aconteceu no Brasil.”