50 pessoas são barradas em peça de Fagundes e polícia é acionada

“Não tenho a intenção de educar ninguém”, afirmou o produtor

O ator e produtor Antônio Fagundes cumpre à risca o horário de início dos seus espetáculos. No entanto, sua pontualidade não agradou parte do público que chegou atrasado para assistir a atração Baixa Terapia, peça em cartaz no Rio de Janeiro. Cerca de 50 pessoas foram impedidas de entrar no Teatro Clara Nunes, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. O caso aconteceu no último sábado (14).

Alguns dos espectadores procuraram obter a devolução do valor ou trocar seus ingressos.

“O espetáculo começa rigorosamente no horário marcado e não é permitida a entrada após o início, não havendo troca de ingressos e/ou devolução do dinheiro”, informava o bilhete do espetáculo.

Não satisfeita, parte do público barrado ameaçou funcionários, esmurraram as portas do teatro, atrapalhando a sessão que já havia iniciado. O alvoroço só foi contido quando policiais chegaram ao local.

PRONUNCIAMENTO DE FAGUNDES

“Eu me sinto até desconfortável de falar sobre isso, porque é como se a gente tivesse que explicar para as pessoas o que significa a palavra “começa””, disse o ator.

Fagundes chegou a usar como exemplo a decisão que o levou a não mais frequentar cinema, a fim de explicar o motivo de suas obras começarem pontualmente.

“Se uma peça começa às 20h, a pessoa não pode chegar no teatro faltando dois minutos para as 20h e achar que ela está no direito de atrapalhar as outras pessoas (…). Esse não é um problema particular do Rio de Janeiro. É um problema cultural, nosso. É como se fôssemos tão especiais que as coisas só pudessem então começar quando a gente chega. Parei de ir a cinema por causa disso. As pessoa são impossíveis: acendem a luz do celular e ficam falando… É um transtorno tão grande! Não quero que o público das minhas peças sofra o mesmo mal-estar”, argumentou Fagundes.

Em resposta ao público que não conseguiu entrar no local, o diretor da peça explicou que o fato ocorrido no último sábado não tem como objetivo penalizar ou educar nenhuma pessoa.

“Não tenho nenhuma pretensão de educar ninguém, mas de respeitar quem merece ser respeitado. Minha ideia não é penalizar alguém por ter chegado atrasado, mas favorecer aqueles que chegaram na hora. Não sei por qual razão as pessoas acham que, no teatro, determinadas regras, que são cumpridas em locais como aeroportos e provas como o Enem, deixam de existir. Ingresso é um contrato que se firma com a plateia. E está escrito lá: não pode entrar depois do início da sessão”, completou Antônio Fagundes.

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