Para alguns especialistas em Direito, o caso pode ser enquadrado como nepotismo se for comprovado que os maridos agiram pela nomeação de suas esposas
Cinco esposas de ministros do governo Lula foram escolhidas para cargos de confiança nos últimos meses. Algumas ganharão salários de R$ 37,5 mil.
O maior salário é para as duas esposas de ministros que foram escolhidas para liderar os Tribunais de Contas de seus respectivos estados.
Os deputados estaduais da Bahia escolheram Aline Peixoto, esposa do ministro Rui Costa, da Casa Civil. Já no Piauí, a escolhida foi Rejane Dias, mulher do ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social.
A professora de Odontologia Ana Estela Haddad, mulher de Fernando Haddad, da Fazenda, tornou-se secretária de Informação e Saúde Digital, do Ministério da Saúde. O salário é de R$ 10.166,94.
A pedagoga Nilza de Oliveira, mulher de Luiz Marinho, ministro do Trabalho, foi nomeada como secretária-adjunta da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil. O cargo oferece salário de R$ 15.688,92.
Desde janeiro, Thassia Azevedo Alves, mulher de Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, ocupa o cargo de assistente parlamentar sênior da senadora Teresa Leitão (PT). O salário é de R$ 18.240,29.
O jornal O Estado de São Paulo ouviu o professor da Faculdade de Direito da Universidade São Judas Tadeu, Camilo Onoda Caldas, a respeito do assunto. Para o advogado, as nomeações podem ser consideradas nepotismo desde que tenha sido comprovado que o marido indicou ou influenciou na nomeação da esposa, mesmo em órgãos diferentes.
Quem também falou sobre a questão foi o advogado Fábio Lima, especialista em direito público. Ele afirma que os casos podem até ser enquadrados como imorais.