O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes está na mira de diversos deputados federais. Até a noite desta terça-feira (20), o pedido para o impeachment do magistrado recebeu o apoio de 131 deputados, enquanto 287 ainda não se posicionaram. Os parlamentares da Câmara que são contrários à saída do ministro da Corte somam 96.
Segundo informações repassadas pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) à revista Oeste, tanto a petição dos congressistas quanto o abaixo-assinado popular permanecerão disponíveis para assinaturas até o próximo dia 7 de Setembro, feriado de Dia da Independência.
O abaixo-assinado disponível pela plataforma change.org já superou a marca de 1 milhão de assinaturas. O documento popular e o parlamentar serão protocolados no dia 9 de setembro.
As controvérsias em torno de Moraes ganharam ainda mais força após matérias divulgadas pela Folha de S.Paulo com base em mensagens vazadas do gabinete do ministro. O conteúdo indica que o magistrado teria usado informalmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fundamentar inquéritos do Supremo contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ministro aposentado do STF, Marco Aurélio Mello, criticou a atuação de Moraes e disse que o cenário que tem contemplado é “triste”.
“É tudo muito triste. E evidentemente, não estou contente com o que eu vejo. Administração pública só pode agir quando autorizada em lei. E Judiciário é órgão inerte. Há de haver sempre a provocação: o nosso sistema brasileiro é acusatório. A polícia investiga, o Ministério Público acusa, e o Judiciário, órgão independente e equidistante julga”, frisou.
Marco Aurélio também alcunhou o inquérito das fake news como o “inquérito do fim do mundo”, e disse que ele já começou mal.
“Não vejo quando o inquérito terminará porque nele cabe tudo. Já está em tramitação há quatro anos. Por que começou errado? Porque foi instaurado pela vítima, pelo próprio Supremo. E o presidente à época [Dias Toffoli] ao invés de proceder ao sorteio do inquérito, ele pinçou a dedo o relator [Alexandre de Moraes]”, lembrou, relatando ter dito a Toffoli que se estivesse no lugar de Moraes não teria aceitado a relatoria.